domingo, 25 de novembro de 2018

O VAZIO


A manhã parece jocosa,
com seu frescor, multicor,
acompanhada da algazarra dos pássaros.
Dirijo pelas ruas desertas,
imaginando quando será meu grande dia.
O dia em que não terei mais o que pensar,
o dia em que me livrarei das preocupações,
o dia em que não recordarei mais você.
Não sinto nada.
Nem dor, nem saudade,
somente o vazio,
deixado por algo que terminou.
Seria normal desamar assim,
após tanto encantamento?
Meus sonhos materiais me movem,
mas até quando?
Amanheço e anoiteço em sonhos,
buscando afastar você de mim.
Mas você teima em ficar,
e sempre fica.
Meu amor terminou em um lamento,
por tudo que poderia ser e não foi.
E eu, o que poderia ser e não fui?
Poderia ser tudo,
mas agora sou o vazio.
Um vazio que não sente nada,
não enxerga nada.
Apenas é.
Seria isso um amor que não deu certo?
Mas se não deu certo, era amor?
Respondo apenas por mim.
E a mim, digo sempre, eu amei.
Amei um coração vazio.
E o vazio, gera apenas isso: vazio.
Um vazio, somente.


G. P Silva Rumin

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