O mundo disse que
sou torta.
Você disse que sou
certa demais.
E na confusão entre
essas forças,
Permaneço inerte
diante da vida.
Sinto-me. Nem
torta, nem certa.
Apenas sinto-me.
E deixo-me sentir,
experenciar.
Pois torta ou
certa,
Depende de quem me
vê,
E do mundo que o
cerca.
Sou torta, para
quem se acha certo.
Sou certa, para
quem se acha torto.
E eu, sou eu mesma,
diante de mim.
Um deus, entre
deuses,
lutando para
deixar-se brilhar.
Sou o mundo, dentro
do mundo,
O caos e a vida;
O término e o recomeço.
Sou eu, por mim
mesma.
A poeta, sem rimas.
A mulher que não
ama homens.
A negra, de pele clara.
A ateia que ama
Deus.
A filósofa, que
renega a filosofia.
A confusão e o
acerto.
Essa sou eu.
Aquela que por ser
certa, foi rejeitada.
Que por ser torta,
já foi excluída.
Aquela que sente
tudo, vê tudo,
Fingindo estar
alheia ao mundo.
Vago neste torpor
estranho,
Formado por mentes
adormecidas,
Presas entre
tristezas e banalidades,
Sendo certa e torta
ao mesmo tempo.
Sim, minha querida.
Sou certa.
Para sua torta
vida, sou certa.
Mas também sou
torta.
Fui torta, quando a
amei.
Fui torta quando
notei que não me amava,
Deixando-a se
aproximar, ainda assim,
Sabendo que me
machucaria,
Enfeando a beleza
do meu ser.
Agora, apenas
sinto-me.
E vejo-a como uma
canção da moda.
Fugaz, passageira e
esquecível.
Pois aprendi, às
duras penas,
Que não dependo do
seu amor,
Tão pouco da
opinião do mundo.
Eu apenas sou e
sinto-me.
Basto-me a mim e à
vida.
E o nome disso não
é “certa” ou “torta”.
O nome disso é
“liberdade”.
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