domingo, 30 de junho de 2019

APENAS AMOR


Ah o amor...
Por que tem que se tornar ódio,
Nos derradeiros momentos da convivência?
Pois o amor fica...

E a prova é essa raiva,
E a luta por deixar de amar,
Pois a ausência é dor...
Uma dor latente,
Pungente,
Que indica que não sou nem isto ou aquilo...
Sou tudo, sinto tudo, sou pluralidades...
Indago-me por que esse amor te exige,
Como uma condicional para manter-se,
Se se mantém mesmo com sua ausência...
Não posso eu amar e bastar-me:
Por que tamanha complexidade?
A relação termina, e o amor fica,
recordando-me sensações,
mesmo que tudo, ao final, seja um lamaçal...
Mas lutar contra esse amor,
é lutar comigo mesma..
E quanto mais julgo superá-lo,
mais ele cresce em mim,
estendendo-me para além de mim...
E, então, torno-me o amor,
em razão de um amor por alguém,
cujo convívio não vingou...
E hoje já não choro mais,
não lamento mais e não a quero mais...
Apenas amo... e deixo-me amar...
Porque há o amor,
e o amor somente tornou-se minha força.
G. P. SILVA RUMIN

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