segunda-feira, 28 de junho de 2021

VENDAVAL

 Você é vendaval.

Entrou em minha vida,

livre, derrubando-me,
entorpecendo meus sentidos,
jogando por terra meus valores.
Você é vendaval.
Alçou-me ao paraíso,
deu-me motivações,
encheu-me de sonhos coloridos
e da ternura de sentir-se amada.
Mas você é vendaval.
Passou por minha vida e só.
E como o vento, não quis ficar.
E, como o vento, destruiu,
deixando um rastro de escombros,
onde tento me encontrar,
sem valores, sem sonhos,
sem poemas rimados,
sem motivação, sem cor, sem música.
E a você, vendaval,
sequer dou o benefício da dúvida.
Afinal de contas, quão horrível você foi?
Não há sentido em despertar o amor,
Para depois descartá-lo, sem compaixão.
Mas não há compaixão em vendavais.
E você foi um vendaval,
Que derruba tudo, quando quer.
Vento não constrói.
Não tem direção.
Vento não tem moral ou compaixão.
Vendaval só destrói.
E você foi um terrível vendaval,
passando por minha vida,
sufocando a inocência do meu amor,
com sua indiferença.

G. P. Silva Rumin
Poema do livro Kátharsis


Nenhum comentário: