FINA FLOR

A fina flor irrompe,

vencendo o inverno.

Colore o mundo cinza,

como o sol em meio à tempestade...

Seu amor aquece,

sua persistência comove.

Essa fina e frágil flor,

espalha vida quando tudo esmorece,

ilusões, amores, tristezas.

Prova ao mundo que amar compensa,

que a vida é sempre recomeço,

que tudo se renova,

até mesmo em meio ao inverno da vida.

Porque ela é flor.

É amor, é vida, é beleza...

Um fruto da gentileza e do belo,

em um aglomerado de pétalas,

compostas por mãos invisíveis...

Essa fina flor irrompe...

Aquecendo meu coração,

amainando tempestades...

Traz-me de volta à vida,

uma vida que julguei estar finda,

quando então uma outra flor se foi...

Mas a vida vence.

Ela sempre vence.

Em lições, dores e flores,

em um ciclo infinito,

de términos e recomeços,

de esperanças e realizações...

E essa fina flor é recomeço.

Lembra-me a criança que fui,

lembra-me a inocência perdida,

lembra-me de tempos longínquos,

quando, em meio a invernos,

levantava-me, quando tudo era escuridão,

libertando-me da posição de mártir.

E a fina flor não é mártir.

Pois não há beleza em ser mártir.

Não é belo se sacrificar por alguém.

A fina flor apenas espalha vida...

Leva amor e inspiração.

Motiva-nos a persistir.

Assim é a fina flor,

que irrompe fresca,

colorindo minha casa,

trazendo à vida, novamente, minha vida.

G. P. Silva Rumin