segunda-feira, 16 de abril de 2018

AINDA SOU A MESMA

Já foi mais um dia,
Foi-se um ano, dois, trinta e oito.
Olho-me no espelho.
Ainda sou a mesma.
Com uma vida atarefada,
Cheia de senões e preocupações.


Mas ainda sou a mesma.
Sou a menina sonhadora,
Que enfrentava, desafiava.
Sou a criança a quem olhavam torto.
Essa sou eu. Sempre fui eu.
Sempre serei eu. A mesma.
A aprendiz, a feiticeira;
A revolucionária, a justiceira;
A iconoclasta, a questionadora.
Essa sou eu. E ainda sou a mesma.
Sou a criação pulsante,
E passo pela vida, agitando-me,
Como um vento forte,
Que derruba o que já está gasto.
Essa sou eu.
Uma ruptura entre o ser e o não ser.
Uma agressão a esse mundo iludido.
Alguém que se aponta nas ruas;
Alguém que é encarada com desconfiança,
Alguém que simplesmente é,
Sem se importar com o “deveria ser”.
Sim, essa fui eu.
Essa sempre fui eu.
E essa ainda serei eu.


G. P. Silva Rumin

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