domingo, 10 de junho de 2018

PADRÕES



Claridade e escuridão,
fundem-se em mim,
tornando-me crepuscular.
Sou vida e morte,
força e fraqueza,
verdade e mentira.


Um ser híbrido,
conflitando por uma verdade.
E o que é verdade?
A luz ou a escuridão?
Minhas virtudes, também são pecados.
Para mim sou salvação,
mas, para o mundo, sou uma condenada.
E quantas questões mais farei,
até que a silenciosa morte me abrace,
plantando meus sonhos na terra?
Ate quando sobreviverei,
à ilusão do certo e do errado?
Como ser livre e feliz,
em um mundo que nos aprisiona?
Como brilhar,
quando somos rotulados de escuridão?
Como sobreviver sem feridas,
em mundo dominado por padrões?
Tento libertar-me.
Mas minha liberdade é vista como perigo.
E assim se dá a grande guerra humana.
A diferença transforma o mundo.
Impulsiona revoluções.
Tornou realidade inúmeros sonhos,
sonhos de conforto.
Sonhos pela maioria esquecidos,
de tão inebriantes suas realizações.
A diferença é uma benção.
Mas também uma maldição.
Ela nos remete ao esquecimento, vivos.
nos alça à glória, mortos.
E devo ainda manifestar minha diferença,
em um mundo onde a busca de sentido,
exige que sejamos todos padrões?
Tudo que sei é que sou crepuscular.
Sou luz e escuridão.
Amor e perdição.
Dualidade em si.
Mas, ainda vivo.
E teimo em viver amiúde,
bem longe desses famigerados padrões.
Pois sou teimosa.
E sei que minha teimosia,
na vida ou na morte,
é libertação.

G. P. Silva Rumin


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